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Mafra Sempre - Site Não Oficial do Palácio Nacional de Mafra


[...] fale por todos aquela maravilha erigida em Mafra consagrada ao insigne Português Santo António, porque basta esta para El-Rei perpetuar o seu nome na eternidade de seus mármores [...]. Cedam finalmente todas as sete maravilhas do mundo, porque os fins das suas erecções não foram decorosos a seus fundadores e o fim daquele magnífico Convento foi tão glorioso a quem o fundou, quanto nos manifestam hoje os afectuosos Cultos e Religiosos obséquios que nele fazem a Deus os esclarecidos Filhos do grande Patriarca S. Francisco [...]



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O Palácio


 

 


 

Mandado edificar por D. João V em 1717, é o mais sumptuoso palácio português, paradigma do reinado mais rico da história de Portugal, graças ao ouro vindo do Brasil. O monumento insere-se no denominado barroco joanino, e é inspirado no modelo espanhol e filipino de S. Lourenço do Escurial, numa articulação harmoniosa de três componentes distintas: palácio real, convento e igreja. A longa fachada é ladeada por dois grandes torreões quadrados. Ao centro, a basílica, entre duas torres, é antecedida por grande escadaria. O interior da igreja, onde mais se sente a influência clássica, é de uma nave, decorada com mármores de várias cores, com alta abóbada de berço e cruzeiro com grande cúpula. A acentuar a sua grandiosidade, salientamos a presença de estatuária monumental, de mestres portugueses, franceses e italianos.

O Palácio Real de Mafra atingiu o seu apogeu nos primeiros anos do século XIX, com D. João VI, altura em que os seus salões ostentavam inúmeras riquezas artísticas. Quando D. João VI parte para o Brasil em 1807 leva consigo muitos desses objectos de valor que nunca mais retornam ao Palácio. Este conserva, ainda assim, algumas salas com bastante interesse, como é o caso da Sala de Audiências, a Sala da Bênção, as capelas de S. José e de Nossa Senhora do Livramento (oratórias reais), os aposentos reais dos dois torreões e ainda as salas de Diana, dos Veadores ou das Descobertas, dos Destinos ou Segunda do Docel, da Caça, da Música, entre outras. A Sala de Audiências, também designada Sala do Trono, destinava-se às recepções de gala e encontra-se totalmente revestida de pinturas murais, executadas nos princípios de oitocentos por Domingos António de Sequeira e Cirilo Wolkmar Machado. A Sala da Bênção ou Casa de Benedictione, situada ao meio da galeria principal, é uma das mais imponentes do Palácio, medindo cerca de 26 metros de comprimento. Está revestida de mármores de variados tons da região de Pêro Pinheiro, apresenta uma abóbada cilíndrica e apainelada, e as paredes ornamentadas com pilastras dóricas e molduragens. Nesta sala, ficavam as tribunas reais, donde a família real assistia à missa através das três janelas que dão para o interior da igreja. No centro desta sala, destaca-se o famoso busto de D. João V, encomendado por seu filho, D. José I, ao mestre italiano Alexandro Giusti.

Todas as salas do palácio estão decoradas com mobiliário dos séculos XVIII e XIX, conservando-se em algumas delas muitas das pinturas setecentistas que primitivamente pertenceram à Basílica, da autoria do francês Pierre Antoine Quillard, dos mestres italianos Trevisani, Massucci, Conca e Corrado e dos pintores nacionais Francisco Vieira Lusitano, Inácio de Oliveira Bernardes e André Gonçalves. Este palácio foi principalmente habitado em períodos estivais para os reis poderem caçar, como é o caso D. Carlos e D. Amélia que vinham frequentemente para este palácio para caçar na Tapada de Mafra. O último inquilino real do Palácio Nacional de Mafra foi D. Manuel II que passou aqui a sua última noite em Portugal antes de partir para o exílio na Inglaterra, aquando da Implantação da República. (Monumento Nacional)